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Polícia Mensalinho

Ex-Vereador Cícero Moutinho é indiciado por oferecer dinheiro em espécie e “mensalinho” para vereadores

O delegado da 12ª Delegacia de Polícia Civil de Augustinópolis, Jackson Wutke, indiciou nesta quarta-feira, 31, o ex-vereador de Augustinópolis, Cícero Cruz Moutinho (PV), por corrupção ativa.

31/08/2022 20h15
Por: Redação Fonte: (Lailton Costa – Jornal do Tocantins)
Imagem da Internet
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Com base em interceptações telefônicas aprovadas pela Justiça durante a “Operação Perfídia”, de 2019, que investigou Executivo e Legislativo, e oitivas de vereadores e testemunhas a polícia civil conclui que o ex-vereador ofereceu e prometeu propina a vereadores, entre novembro e dezembro de 2018, para se eleger presidente da Casa. 

Um dos interrogados pelos investigadores afirmou que o plano do ex-presidente era se reeleger na presidência da Mesa Diretora para que a Câmara de Vereadores organizasse a cassação do então prefeito Júlio Oliveira. “Na sequência, após o vice-prefeito renunciar ao mandato, ele pudesse virar o Chefe do Poder Executivo Municipal, em atenção à linha sucessória da administração pública municipal”.

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De acordo com as investigações da 12ª Delegacia de Polícia Civil, o ex-vereador ofereceu R$ 30 mil para Ângela Maria Silva Araújo de Oliveira, a Ângela do Rapadura  (PTB), mais R$ 15 mil para Antônio Barbosa Sousa (SD), outros R$ 30 mil para Marcos Pereira de Alencar, o Marco da Igreja (PTB) e R$ 36 mil para Ozeas Gomes Teixeira (PSL).

Em janeiro de 2019, a Operação Perfídia chegou a prender 10 dos 11 vereadores da cidade. O único preso foi Cícero Moutinho. Eleito pelo PR em 2016, o vereador conseguiu se tornar presidente com voto dos suplentes, conduziu uma comissão para cassar o ex-prefeito Julio Oliveira mas, em 2020, com 153 votos obtidos nas urnas, não se reelegeu. Ele é empresário na cidade.

Ao JTO, Moutinho refutou as conclusões da PC. “O que tenho a dizer e que nunca ofereci e nem dei dinheiro a ninguém e vamos aguardar o desenrolar do processo para que possa ser comprovado minha inocência”. Ele também ressaltou não ter sido eleito presidente pelos vereadores investigados pela operação Perfídia. “Foi pelos suplentes”, disse.

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No relatório de 21 páginas, o delegado indicia o ex-vereador por corrupção ativa consumada por quatro vezes, uma para cada beneficiado.

Segundo a PC, para Ângela teriam sido pagos R$ 30 mil, dos quais R$ 20 mil em dinheiro mais 2 cheques no valor de R$ 5 mil cada, além de um cargo comissionado na Câmara de Vereadores e um “mensalinho” de R$ 2 mil. A vereadora foi reeleita em 2020.

Para Antônio Barbosa, segundo a Polícia Civil, o valor era de R$ 15 mil divididos em R$ 5 mil em dinheiro vivo e mais dois cheques no valor de R$ 5 mil cada.

Mais R$ 30 mil teria sido oferecido ao vereador Marcos da Igreja, dos quais R$ 15 mil em espécie de forma antecipada e mais R$ 15 mil, também em dinheiro vivo, após a eleição.

Para Ozeas, a vantagem oferecida era de R$ 36 mil, com mensalinho de R$ 1.5 mil por 24 meses.

 

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Augustinópolis é um município brasileiro localizado no extremo norte do Estado do Tocantins. Com uma área de 394.976 km² e uma população em torno de 18.178 habitantes (IBGE, 2018). É o terceiro maior município da região conhecida como Bico do Papagaio.
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