A Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) aderiu à campanhaMaio Roxo,com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico precoce e do tratamento das Doenças Inflamatórias Intestinais (DIIs).
As doenças ocorrem geralmente na população entre 15 e 40 anos de idade e, depois, em um segundo pico, pessoas com idade entre 60 e 70 anos. Conforme a Associação Brasileira de Colite Ulcerativa e Doença de Crohn, cerca de 10 milhões de pessoas ao redor do mundo são afetadas pela doença e a incidência vem aumentando também no Brasil.
Dados do Ministério da Saúde (MS) apontam que no Brasil, nos últimos dez anos, houve uma elevação em números de incidência, sendo dez casos novos para cada 10 mil habitantes por ano, com prevalência de 100 casos para cada 100 mil habitantes. A doença está em ascensão e afetando, principalmente, jovens em idade ativa.
“As causas das doenças inflamatórias intestinais ainda são desconhecidas, mas sabemos que elas são multifatoriais. Acredita-se que estejam relacionadas a fatores genéticos, imunológicos, ambientais, alimentação, alteração da flora intestinal, entre outros. É importante ficar atento a alguns sintomas como diarreia crônica com presença sangue e muco ou pus, com períodos de melhora e piora, associadas a cólicas abdominais, urgência evacuatória, falta de apetite, fadiga e emagrecimento”, explica a médica coloproctologista do Hospital Geral de Palmas (HGP), Vitória Oliveira.
A especialista ressalta que, como se trata de uma doença autoimune, é importante ter o diagnóstico precoce, procurar um médico em caso de suspeita de infecção intestinal, para que ele possa fazer o diagnóstico correto e prescrever o tratamento adequado. “O tratamento precoce permite a resposta e a remissão clínica, ou seja, faz com que o paciente controle o processo inflamatório e a doença”, pontua a médica coloproctologista Vitória Oliveira.
A paciente Raquel Oliveira, diagnosticada com a doença de Crohn, conta sobre a mudança no estilo de vida após o diagnóstico da doença. “Logo depois que fui diagnosticada, tive que realizar a cirurgia devido à gravidade. Desde então, minha vida mudou, tive que fazer algumas restrições, eliminar glúten, lactose, açúcar, carne vermelha em excesso e o álcool, mudar a alimentação e fazer exercícios físicos. Além disso, tenho que fazer acompanhamento médico a cada 60 dias, com retornos médicos e realizar exames periódicos”, relata.
Diagnóstico
O paciente deve contar ao profissional da saúde sobre os sintomas que tem. Depois da parte clínica, o médico pode direcionar o indivíduo a uma bateria de exames que auxiliam no diagnóstico.
Os principais exames pedidos durante a identificação das doenças inflamatórias intestinais são a endoscopia digestiva alta e colonoscopia de sangue e fezes, tomografia ou ressonância magnética do abdome pode ser necessária.
Tratamento
O tratamento das doenças inflamatórias intestinais pode variar de acordo com o agente causador da infecção, mas geralmente inclui repouso, hidratação, dieta leve e, em alguns casos, medicamentos para aliviar os sintomas como anti-inflamatórios, imunossupressores e biológicos. Em casos mais graves, pode ser necessário o uso de antibióticos e, em alguns casos, a intervenção cirúrgica pode ser necessária para remover parte do intestino afetado. É importante que os pacientes sejam acompanhados por uma equipe multidisciplinar de profissionais de saúde para melhor gerenciar sua condição e melhorar sua qualidade de vida.
Doença de Crohn
A Doença de Crohn é uma doença inflamatória do trato gastrointestinal. Ela afeta predominantemente a parte inferior do intestino delgado (íleo) e intestino grosso (cólon), mas pode afetar qualquer parte do trato gastrointestinal. É crônica e provavelmente provocada por desregulação do sistema imunológico, ou seja, do sistema de defesa do organismo. Os principais sintomas são dor abdominal, diarreia, sangramento retal e perda de peso.
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