Um posto de combustíveis localizado em São Miguel, na região do Bico do Papagaio, foi interditado e teve suas atividades suspensas nesta quarta-feira, 5. O fechamento é um desdobramento direto da Operação Carbono Oculto 86, que investiga um vultoso esquema de lavagem de dinheiro estimado em R$ 5 bilhões, supostamente operado pela facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
A interdição do estabelecimento tocantinense foi executada por determinação judicial, após as investigações da Polícia Civil apontarem vínculos empresariais diretos entre o posto de São Miguel e o grupo criminoso investigado.
A operação, considerada uma das maiores do país contra o crime organizado, é coordenada pela Polícia Civil do Piauí, mas conta com apoio fundamental das polícias do Maranhão e do Tocantins.
Segundo as autoridades, a organização criminosa utilizava uma rede complexa para ocultar o patrimônio e movimentar valores ilícitos, que incluía:
Empresas de fachada
Fundos de investimento
Fintechs
Além disso, parte das empresas envolvidas, ligadas ao comércio de combustíveis, também teria praticado fraude fiscal e vendido produtos adulterados, sonegando milhões de reais em impostos.
Embora o foco local tenha sido o posto em São Miguel, a operação foi deflagrada simultaneamente nos três estados (PI, MA e TO), resultando no fechamento total de 49 estabelecimentos comerciais ligados ao esquema.
A Justiça também determinou o sequestro de R$ 348 milhões em bens de dez pessoas e sessenta empresas. Entre os bens bloqueados estão automóveis de luxo e quatro aeronaves.
Um dos principais alvos da operação é o empresário Haran Santhiago Girão Sampaio, apontado como um dos articuladores do esquema de lavagem de dinheiro.
As autoridades afirmaram que novas diligências devem ocorrer e que as investigações sobre os vínculos empresariais no Tocantins serão aprofundadas nos próximos dias.